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04/07/2017

Último projeto assinado pela arquiteta Zaha Hadid toma forma em Miami

O último projeto assinado por Zaha Hadid (1950-2016) está ganhando corpo. A construção do 1000 Museum, edifício residencial projetado pela arquiteta e sua equipe em Miami já está no 43º andar (são 66 ao todo). Boa parte dos compradores é brasileira e a expectativa é de que esse volume seja ainda maior: recentemente, o arquiteto Chris Lepine, associado do Zaha Hadid Architects e responsável pelo projeto, participou de um evento em São Paulo no qual apresentou o edifício a uma seleta plateia de potenciais compradores. Situado em frente ao Museum Park, com vistas de Biscayne Bay a Miami Beach, o edifício terá 83 apartamentos (cerca de 60% das unidades já estão vendidas) e a conclusão das obras está prevista para o final de 2018.

Com uma forma pouco convencional – como era de se esperar –, o projeto inova ao propor um exoesqueleto de concreto que estrutura o perímetro da torre em uma rede de linhas curvas. Além de ser altamente resistente às exigentes cargas de vento de Miami, o exoesqueleto traz outra vantagem: com a estrutura localizada no perímetro, a planta dos apartamentos fica praticamente livre de colunas, permitindo variação máxima nos layouts. “O principal elemento é o exoesqueleto, a estrutura. Nós somos fascinados pela convergência entre estrutura e arquitetura de forma elegante, e com esse projeto concretiza isso”, afirmou Lepine.

Segundo o arquiteto, “a ideia foi evitar a composição clássica de uma torre apoiada em uma base”. A estrutura resultante é bastante dinâmica, explorando a arquitetura fluida e expressiva que sempre caracterizou o trabalho de Zaha Hadid. As linhas curvas do exoesqueleto significam que cada andar é levemente diferente do anterior.

O terço inferior da torre tem duas unidades por pavimento, enquanto o terço superior abriga unidades de piso inteiro. Nos andares mais baixos, sacadas ocupam as esquinas; nos andares mais altos, os terraços ocupam as laterais inteiras. Uma cobertura duplex ocupa os dois últimos andares residenciais. O último andar reúne uma piscina, área de lazer e espaço de eventos. Há espaços comerciais na base, além de vários andares para estacionamento.

“O principal desafio desse projeto foi construir a estrutura como projetado. Os edifícios tendem a ser muito cúbicos e retilíneos por uma razão: há muitos sistemas prontos, facilmente adaptáveis a esse tipo de edifício. Quando você faz algo que tem curvas, que tem um aspecto fluido, você tem que entender o processo construtivo e entender como pode envolver a equipe de projeto, encontrar os métodos certos e fazer tudo de um jeito que você possa conseguir os resultados que perseguia.”

Fonte: Casa Vogue