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Cidade iraquiana destruída pela guerra será reconstruída com módulos em 3D feitos de escombros
O arquiteto belga Vincent Callebaut, vencedor do Prêmio Rifat Chadirji, apresentou uma proposta sustentável para a reconstrução da cidade de Mossul, no Iraque. A competição desafiou escritórios do mundo todo a apresentarem ideias para reerguer das ruínas a cidade, que é a segunda maior do país e foi reconquistada em julho. Callebaut apresentou o projeto The 5 Farming Bridges, cinco pontes agrícolas que serão construídas com estruturas em 3D, impressas usando como matéria-prima os escombros da própria guerra.
As pontes serão construídas sobre as ruínas. Nelas, estarão alojamentos modulares empilhados, que poderão ser acrescentados e ter seu tamanho ajustado conforme a necessidade, fazendo uma espécie de floresta urbana. Os módulos de cada uma das casas serão impressos em 3D e, neles, a ideia é utilizar como matéria-prima as ruínas da tragédia.
Apesar de moderna, a arquitetura dos módulos foi inspirada em mugarnas, abóbadas características da arquitetura islâmica desde a época medieval. Com essa estratégia estética, Callebaut conseguiu criar casas que não apenas irão reconstruir a cidade, como respeitar sua história e sua cultura.
Entre alguns módulos de uma casa e outra, o escritório também previu espaços para a plantação de árvores que irão formar áreas agrícolas responsáveis pela alimentação dos habitantes dessas moradas. Irrigados com as águas do Rio Tigre, os pomares também irão oferecer um conforto térmico à residência, o qual também será intensificado com a presença das mugarnas e de grandes janelas que criarão um sistema de ventilação cruzado e farão o ar circular pelos espaços. Nas casas construídas nas áreas superiores, compositores de biomassa irão transformar os dejetos dos moradores em fertilizantes biológicos para os pomares. Com isso, o objetivo é criar um sistema sustentável e autossuficiente: os pomares irão alimentar os moradores, que irão produzir o que será usado como fertilizantes dos próprios pomares.
Se de fato implementado o projeto, as máquinas de 3D terão capacidade para imprimir 30 casas por dia, totalizando quase 55 mil casas em cinco anos número que dará conta de abrigar os desalojados das 10 mil casas destruídas pela guerra. A expectativa é que sejam investidos US$ 1 bilhão.
Fonte: Casa Vogue Arquitetura