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11/09/2018

Maternidade em Uganda tem projeto auto-sustentável

Materiais locais, força de trabalho local e sistemas de geração de energia e captação de água da chuva são algumas das características da construção

Projetos sustentáveis vêm crescendo nos últimos anos, tamanha a importância de criarmos alternativas com pouco ou nenhum impacto no meio ambiente. Quando uma iniciativa dessas acontece em cidades com baixa infra-estrutura e qualidade de vida, os efeitos são ainda maiores e transformadores.

Foi isso que o projeto assinado pelo HKS Architects na cidade de Kachumbala, em Uganda, gerou: mudanças positivas e revolucionárias para a comunidade. O escritório construiu uma maternidade utilizando materiais, habilidades e tecnologia locais. São 275 m² que acomodam até seis nascimentos por dia e oferecem instalações de cuidados pós-operatórios muito aprimorados.

A construção é extremamente importante, já que a população sofre com falta de água de fonte confiável e eletricidade, o que torna os partos domiciliares arriscados e faz crescer a taxa de mortalidade infantil da região.

Kachumbala é uma cidade com clima quente e seco. O sol forte possibilita que a maternidade gere energia própria por meio de painéis solares. A coleta da água da chuva permite que o hospital seja auto-sustentável. E paredes de elementos vazados em terracota (muito similares a cobogós), material encontrado na região, faz com que os ambientes mantenham-se claros e frescos sem o uso de ar condicionado – enquanto adiciona uma sombra suave.

Esses tijolos, que são menos destrutivos para o meio ambiente do que os tradicionais, foram feitos à mão usando uma máquina de prensa desenvolvida em uma universidade ugandense. Trabalhadores locais foram treinados para manusear os equipamentos.

O edifício substituiu uma ala antiga do hospital, construída na década de 1950, que atende uma população de 160 mil habitantes. O novo layout tem uma recepção separada e ganhou instalações de cozinha e lavanderia para os familiares das novas mães.

O escritório captou recursos para equipar o projeto com maquinário adaptado às fontes de energia produzidas ali e ainda trouxe voluntários de sua própria equipe para ajudar na construção. Outros trabalhadores foram empregados de famílias locais e o projeto também fazia parte de um longo compromisso com cooperativas de mulheres da região.

Fonte: Casa Vogue