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Maria Neto vence Prêmio Fernando Távora com projeto sobre o maior campo de refugiados do mundo
A Ordem dos Arquitectos de Portugal - Secção Regional do Norte indicou como vencedora do Prêmio Fernando Távora 2016 a arquiteta portuguesa Maria Neto por seu projeto As cidades invisíveis de Dadaab, região da fronteira entre o Quênia e a Somália, palco do maior campo de refugiados do mundo, onde vivem entre 350 mil e 500 mil pessoas. Neto foi premiada com uma bolsa de viagem de pesquisa.
As cidades invisíveis de Dadaab foi a escolha do júri, composto pelos arquitectos Daniel Couto, Inês Lobo (em representação da Casa da Arquitectura), Cláudia Costa Santos (em representação da Ordem), pela coreógrafa Olga Roriz e Maria José Távora, representante da família do arquiteto que dá nome ao prêmio.
Segundo informa a Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos em sua página de Facebook, o júri considerou selecionou o projeto porque este se distingue por remeter para a própria essência da arquitetura: o abrigo.
Na cerimônia de premiação, que aconteceu na última segunda-feira no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, Maria Neto declarou que a arquitetura de emergência é uma necessidade atual e real. Dadaab, campo que existe há mais de duas décadas, acolhe refugiados somali e é considerado um problema pelo governo central do Quênia, não só pelas condições humanitárias mas também por alegações de que pode ser palco de recrutamento para grupos terroristas.
Maria Neto irá usar a viagem para complementar a pesquisa para o seu doutoramento sobre o "posicionamento crítico do arquiteto na delineação de estratégias de abrigo e planeamento de emergência". Formada em Arquitetura pela Universidade da Beira Interior, é pesquisadora do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.
Fonte: Archdaily