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MAD divulga proposta para transformar trilhos degradados de Milão em paisagens sociais produtivas
Em uma apresentação na Semana de Design de Milão 2017, MAD Architects revelou sua proposta para o projeto Scali Milano, que convidou cinco escritórios internacionais (MAD, Stefano Boeri Architetti, Mecanoo, MIRALLES TAGLIABUE EMBT e Cino Zucchi Architetti) para propor um desenho urbano reativando a comunidade, com o objetivo de transformar uma série de trilhos de trens negligenciados de Milão em "paisagens sociais produtivas que estabelecem uma harmonia entre os cidadãos de Milão, a região metropolitana maior e o ambiente natural".
Intitulado istorical Future: Milan Reborn, o esquema de MAD propõe a reorganização dos trilhos em uma série de micro-sistemas interligados que seguem cinco conceitos espaciais: "Cidade de Conexões", "Cidade do Verde", "Cidade do Viver", "Cidade da Cultura" e "Cidade dos Recursos".
Dos arquitetos:
Os trilhos, objetos essenciais da pesquisa Scali Milano, têm estado em vários estados de desuso desde o século passado. A reapropriação dos trilhos representa uma parte importante do discurso urbano da região de Lombardia, e da região metropolitana italiana que a cidade de Milan pode dirigir unicamente. Central para este discurso é a integração do tecido da cidade antiga como parte de um plano holístico que possa abordar e celebrar o crescimento populacional como a cidade continua a densificar, através da introdução de infraestrutura de transporte de massa adicional, tipologias de habitação a preços acessíveis e empreendimentos sustentáveis de uso misto.
Em dezembro de 2016, MAD participou de um workshop aberto de três dias, liderado por FS Sistemi Urbani (FS Sistemas Urbanos), Comune di Milano (Município de Milão) e Regione Lombardia (Região da Lombardia) com os cidadãos de Milão, planejadores, acadêmicos e arquitetos. Com base nessas pesquisas, os sete estudos de pesquisa do Historical Future: Milan Reborn, da MAD, enfatizam a situação competitiva da capital de design global na interseção do "Corredor Reno-Alpino" contemporâneo e do "Corredor Mediterrâneo", bem como seu lugar dentro de uma rede metropolitana mais ampla e global.
Ma Yansong afirma: "A vitalidade da cidade futura não depende do planejamento modernista de cima para baixo, mas existe na simbiose de elementos urbanos multicamadas e na química entre eles". Esses elementos, como os fragmentos de ferrovias, têm o potencial de serem redesenhados para se adaptarem e atenderem às necessidades de uma variedade de demandas sociais contemporâneas, através do seu endereçamento de localidades e comunidades específicas. As intervenções de concepção específicas do contexto estimularão as oportunidades socioeconômicas necessárias e ajudarão a reformular a cidade de Milão.
Scalo Farini e Valtellina
Tendo a maior área total de terrenos (618.733 metros quadrados), e situado no noroeste de Milão, Scalo Farini e Valtellina oferece conectividade extraordinária para o Distrito Central de Negócios e a cidade maior através do desenvolvimento futuro da linha de metrô M5. A proposta de Farini e Valtellina é organizada como uma paisagem cívica topográfica com um gradiente de tipologias habitacionais situadas ao redor de sua fronteira, projetado para reativar o local como uma comunidade orgânica que reconcilia o congestionamento do centro da cidade com a tranqüilidade de um ambiente rural.
No centro do terreno, três "vilas", densas aglomerações de desenvolvimentos residenciais, comerciais e públicos, são enxertadas na paisagem em torno de um armazém de carga reutilizado, que abriga uma mistura de equipamentos cívicos. Um nexo organizacional, o armazém de carga unifica as escalas e os programas da proposta de design, bem como um sistema interno de caminhos pedestres e de ciclismo que ligam Scalo Farini e Valtellina ao seu contexto urbano. Os empreendimentos habitacionais sociais, emulando residências tradicionais de pátio italiano, implantam-se dialogando com duas torres de uso misto, subindo de um embasamento reutilizado adjacente à estação de trem de Porta Garibaldi.
Scalo Porta Genova
Localizado no sudeste de Milão ao longo do Naviglio Grande, o Scalo Porta Genova situa-se num contexto local que suporta as indústrias de moda e cultura e foi concebido principalmente para albergar pavilhões para eventos, performances e mercados que estimulem a interação social. Como uma extensão das atividades que dão identidade ao seu contexto, a proposta encoraja, ao mesmo tempo, um relacionamento renovado com as demandas do comércio à escala internacional.
A abordagem diagramática utilizada no Historical Future: Milan Reborn aborda um desenvolvimento vernacular típico das cidades italianas, onde vários elementos tipológicos e escalas se sobrepõem em sistemas densos de relações. Projetando-se pela primeira vez à escala humana em marcos reconhecíveis, a escala urbana mais ampla está conectada às mais locais através da interjeição de paisagens topográficas, servindo para unificar as relações em constante mudança do pedestre, da cidade e da natureza. Cada um dos estaleiros, seguindo as necessidades de seus bairros adjacentes, assumirá assim novas vidas e funções dentro das densas histórias de seus locais.
MAD também apresenta suas propostas de pesquisa para cinco outras áreas de ferrovias: Scalo San Cristoforo, Scalo Rogoredo, Scalo Lambrate, Scalo Greco-Breda e Scalo Porta Romana. As sete propostas de Historical Future: Milan Reborn, juntamente com as das outras quatro equipas participantes da iniciativa Scali Milano, foram publicadas durante a Semana de Design de Milão, de 4 a 9 de Abril de 2017.
Fonte: Archdaily